24 de junho de 2010

Fato III

as meias no chão olham com desalento o caos do meu mundinho

6 comentários:

Everton disse...

Sempre assustadas, as meias, que vivem acolhidas pelo amor dos sapatos, enquanto flertam com dedos suados e sacanas. Talvez apenas as meias sejam felizes.

Márcio Bergamini disse...

Eu já falei q vc deveria se dedicar mais à poesia?

Everton disse...

Talvez, uma vez ou outra. Mas, a poesia em minha vida é como o amor. Apenas durante o flerte há o impeto e o desejo mútuo. Quando este relacionamento tornar-se formal o brilho irá para longe junto com o dos olhos. O prazer sucumbirá a obrigação e, poesia e eu, seremos apenas amantes enfadonhos que buscam a alegria em outras vozes.

Márcio Bergamini disse...

Não compare a Poesia ao Amor. Ela é superior a tudo. Talvez não seja o momento de sua rendição à ela. A relação com esta senhora de seios fartos e últero grande jamais enfada àqueles que a ela dispensam atenção. O melhor de tudo é que ambos, você e ela, podem assumir essas vozes de amantes outros e renovarem-se, sempre. Ao contrário das relações com o Amor que, nem sempre, têm a mesma sorte.

Everton disse...

Pois, apenas flertando com a poesia acabo por encher minha mente com lembranças de fatos não ocorridos com pessoas que não estavam presentes em momento algum do passado. É o vírus que invade as mentes carentes e conflitantes que querem mesmo não querendo, que têm o impeto para encarar o aparentemente absurdo, mas iniginavelmente desejado. Terrível vida esta, em que o tempo é o mesmo para todos, onde o interesse, mesmo que mútuo, não depende apenas dos interessados.

marcia disse...

adorei o mote e toda a extensão de comentários... das meias a uma alma desvelada.
Everton, já falei q vc deveria se dedicar mais à poesia?
aausahsua