(para Denadai)
as lembranças são poeira. a cada passo na estrada, pequena nuvem vermelha brota aos pés daquele que passa. chove. e a poeira cai em lama na face do ser que vai. chove. e logo o rosto é limpo pela água já cristalina. chove. e a terra batida vira lama. e os pés afundam nas lembranças do caminho. chove. erosões sob os pés se abrem. e a estrada dá lugar ao vazio. trilha do nada, agora. e os pés, descalços. chove. ao lado da estrada, a ribeira passa. os pés primeiro. o corpo todo. passa. a chuva. o vazio do caminho contempla um arco-íris tímido. e o corpo deitado na relva espera florescer.
Um comentário:
ah... às vezes a nuvem de poeira é tamanha que é preciso andar sempre com um bom tanto de água para regá-la, para que não se sufoque e caia exaurido na estrada. Ainda bem que a poeira das lembranças não ataca minha alergia... rs. Obrigada, Bergamini, pela nuvem boa de poeira que subiu da minha estrada quando li suas palavras...
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