(ao Otto)
Quando nasce um Deus, os outros todos se reúnem para escutar o verbo primevo de suas entranhas. Dos olhos dos mais velhos, candeia a poesia em ambiente de aconchego. Dos olhos dos bufões, a alegria dardeja em ritmo de ciranda. Os mais novos apenas espiam. Cada um sussurra um verso, enquanto o Deuzinho dorme. Quando todos acabam, vem o maior deles, Silêncio, e com a pena forjada para o infante, traça-lhe, na fronte, um A com tinta púpura e lhe confia o livro em branco a ser escrito: a Vida.
3 comentários:
eis a poesia verdadeiramente inefável, dolorosamente inefável.
e é uma dor que canta, que encanta. certamente há muita poesia demais em cada choro sem dentes que eternizei em colorido, mas não sei até que ponto tenho, eu, condições [físicas e pscológicas, pasme] de reproduzi-la em preto e branco ou, se assim preferir, preto no branco, rs... o fato inegável é que não me canso de olhar. "olhos nos olhos, quero ver o que você diz"... é assim: desde sempre esperando os dizeres que, no momento, vêm de todos
os modos, menos em palavras. e isso é o que mais assusta, ao
mesmo passo que encanta.
encanta dor.
retire aquele 'muita' intrometido dali, rs.
eu, que não sinto, como você, as cores, senão por representações outras que não a linguagem, devido a distância e coisas outras que minha escritura embala, só com o preto no branco, só com o que a mente concebe, posso fazer chegar o olhar e o verbo sobre aquilo que pulsa. e isto basta para que haja, sob todas as máscaras dos signos, poesia.
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