6 de junho de 2010

Eu, lírica, do zelo desobrigada. Quarenta e oito horas pensando em não pensar o como fugir das tradições seculares. Eu, poesia desvairada, puta de olhos vermelhos saciando o desejo liberto da carne - ao telefone, a vida ocupada, mas o discurso flui constante, como constante flui a escrita longe dos olhos do Outro. Alteridades marginais, estranhas, línguas mortas falando o silêncio inominável. E nada paga a leveza do não ter que fazer o jogo das aparências.
Eu desfaleço, desfaço signo e sentido, simbolizo a desconstrução lírica de mim em versos livres, bobos, espelhos rotos, tortos, do Eu que não estou aqui.
À puta minha, semelhante livre que me abraça e me sacia e me acolhe pelo preço do pecado, obrigada.

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