27 de janeiro de 2009

Com vocês: Gustavo Pilizari!!!

A vida trata de fazer com que cruzemos o caminho de muitas pessoas e elas o nosso. Geralmente de maneira rápida. Às vezes, algumas pessoas nos levam a outras ou trazem outras a nós.
Gustavo veio por Johnny, por assim dizer. Figura interessante, de prosa interessante. Nas trocas de recado, convidei-o a aparecer aqui na Choupana. Hoje, ele se apresenta com o texto que segue. Sinta-se à vontade, meu caro. A Casa é sua!



O guarda-chuva de Magritte

Gustavo Pilizari


Não perguntaram sobre o paradeiro de Magritte; todavia, o homem com a murcha maçã disse tê-lo visto brevemente no passado de agora pouco atrasado...
O guarda-chuva foi usado durante uma tempestade de poeira encharcada de água seca...
Alguém gritou mudamente no meu ouvido e não vi os meus olhos caídos na tigela furada... Somente mãos seguravam tal tigela; o corpo, se existia, estaria descansando alhures...
O cachimbo não foi tragado, pois o mesmo nunca existiu – o que é um cachimbo?
Ceci n'est pas une pipe!
Acreditem em mim quando digo que fui roubado de mim, o meu eu anda em outro que não sei quem é... Tenho verdadeiro medo do que me é estranho!
- Posso lhe contar um segredo?
- Posso?
- Então tá...
- Eu sou Humano! – isso não lhe é estranho?

5 comentários:

Anônimo disse...

Lisonjeado estou, caro Márcio, pelas suas belas palavras de apresentação sobre mim...

Foi ótimo conhecê-lo e será ótimo ser seu amigo...

Grato...
Muito grato...

Anônimo disse...

Que surpresa deliciosa!
Não acredito que em minha miuda existência, consegui unir pessoas tão geniais como Gustavo Pilizari e Márcio Bergamini.
Ai, só você mesmo Márcio, para dizer sobre minha prosa, que mais parece lero-lero - eu sou um poeta do lero-lero...sou fazendeiro do ar.
Restam alegrias que recebem nomes, e outras que ficam sem receber - na espectativa de eu achar um nome para dar. Isso tudo fora a alegria de ver um texto de Gustavo, meu eterno poeta, amigo e fazendeiro do ar.
Aliás, acho que temos uma fazenda de ar, não é mesmo Gustavo?
Nossa, é sério! eu nem lembro quando foi que conheci Gustavo. Você lembra Gu, quando nos conhecemos? Acho que não lembrará...
...Sim, desta feita a encontro verbal, oral, palavra, e além, com Gustavo, querido amigo, fora atemporal também.
Agora vejo o belo texto de Gustavo, que já tive oportunidade de ler.
Lembrei na hora deste seu texto, acredita ? Lembro quando eu passei este tema para que escrevessemos uma poesia acerca, e você me ofereceu esta beleza toda.
Agora tenho que falar do Márcio.
Márcio é um Drummond perdido, que sem mais conheci em Ouro Preto, tenanto fisgar os pontos opacos e tortuosos daquela cidade.
Márcio revelou sua escrita por meio da choupana, morada que sempre me faz lembrar de Fernando Pessoa e Marie Curie.
Ah, tenho mesmo é que corar os dois de flores, coroar em verdade.
Somos, os três, este amigos perfeitos e confidencias, que a literatura juntou. Tenho certeza que posteridade buscará estas nossas conversas digitais, não como forma de saber amiudes de nossa vida, e sim para ter a certeza que fomos a revolução,a resistência, de um tempo cuja plateia pleteia o nada.
Vamos para a nossa fazenda de ar.
Delicadamente e com todo o carinho,
Johnny

Márcio Bergamini disse...

Meu Deus, Johnny!!!
Vc ganhou no quesito rasgação de seda!!!
Huahuahuahuahuahuahuhauhauha

Obrigado pelas palavras de apreço.

Ao Gustavo, é simplesmente encantador ler o texto e procurar nele significações que escapam do cotidiano. Talvez cair na metafísica da existência, talvez no existencialismo, talvez no nada.

O verbo que nos une a todos é condição sine qua non para nossas existências e sustentáculo neste mundo de loucuras e ternurinhas.

Escrever, hoje, não é uma arte fácil. Nunca deve ter sido. Mas perseveramos, como outros amigos que aparecem na Choupana, não é Gauche?

Enfim, façamos, escrevamos. Mesmo que às vezes ninguém leia. Se não verbalizarmos, não existe. Talvez.

=]

Abraços fraternos!

jh.sil disse...

"Escrever, hoje, não é uma arte fácil. Nunca deve ter sido. Mas perseveramos, como outros amigos que aparecem na Choupana, não é Gauche?"

Ouvi alguém me chamando e, por isso, cá estou =).

Bem, inicialmente agradeço ao Johnny por ter vencido de mim no quesito 'rasgação de seda'. É sempre assim: que vença o melhor!, rs.

Sobre a dificuldade da escrita, não a renego, é óbvio. Zeus bem sabe quanto custa-me, às vezes, exteriorizar, por meio de letras, sentimentos, percepções, emoções... sensações das mais diversificadas. Porém digo, com precisão, que nada desses rabiscos todos, os quais nos damos o direito de chamar de poesia -e creio que sejam, muitos-, seria impossível se nenhum de nós sentisse. A dificuldade e a confusão são naturais quando a questão é ser humano, mas enquanto estivermos sentindo e pensando, como já muito antes bem disse Pessoa, estaremos, nem sempre tão bem, mas bem, se é que me entendem, rs.

Beijos a todos, e parabéns ao Gustavo pelo texto, e ao Johnny por apresentar as criaturas.

Anônimo disse...

Vocês me fazem chorar de tamanha emoção!!!

Parem já com isto!!!

Grandes abraços, caros...