sob as asas do tempo
apodrece
o ovo da vontade
embrião sem forças
signo sem faces
máscara absorta
no teatro dos homens
o ausente assombra o que foi um dia
desejo
ou
poesia
no dorso do corpo
definha no silêncio
o manto das virtudes
os deuses querem o sangue
sacrifício vão na pilastra do templo
- o que é sacrifício já não é oferenda nem adoração -
e cada ato é inútil
como inútil são os cantos
aos ouvidos do surdo
aos olhos do cego
ao coração do incrédulo
na estrada que não existe
erro
sobre o caco dos ecos
gemido de aflitos
e o coração de minha voz
é desejo sem forma
espelho sem luz
sombra do que um dia fui
e ao que chamaram Poesia.
3 comentários:
linda poesia =)
Que lindo, Márcio! Saudades de ti e das tuas letras...beijo
gostei. :)
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