14 de julho de 2009

Numa noite cálida e silenciosa, nossos olhos se encontraram e as almas se uniram numa existência única por toda eternidade... Os corpos se deleitaram sob a luz da lua e exploraram um novo mar. A vida surgiu em nós sobre cinzas de fogo extinto. Fênix? Além da mitologia. Além do ser e do estar, tanscendente à própria transcendência...
Mas, como a vida é Vida, e precisa ser vivida em intensidade, num solavanco caímos em ilhas, bússolas desnorteadas... Que fizemos senão errar? Vivemos. Ao modo único e belo de cada poética dissonante que nos tornamos. Vivemos entre porcos e velhas aves de rapina, andamos por caminhos de flor e pedra, e, pelas vicissitudes, firmamo-nos sujeitos implacáveis.
Ontem, o Noroeste tão falado por um velho lobo do mar trouxe o bafejo do perfume doce de outrora. Fui contra o vento para encontrar a fonte. Cheguei ao ponto de não mais senti-lo. Meus olhos buscaram os pés empoeirados e os ombros se encolheram num gesto espontâneo de desilusão. Tanto tempo...
Eis que de chofre você aparece e me deita ao chão, o perfume me invade e, quando os olhos se encontram, a vida renasce. Não há mito, crença ou julgo. Tornamo-nos Vida enfim vivida. Do inesperado encontro, vem o riso, a candura das palavras, o afago que acalenta...
O circulo se fecha e a vida completamente se refaz. Agora é um tempo de ninguém... Um tempo de nós.

Um comentário:

Everton disse...

Quando sai seu livro?